Nesta sexta-feira, dia 09/11, Cinema na Academia apresenta um filme baseado em fatos reais, uma dramatização daquele que certamente foi o episódio jurídico mais importante, de maior impacto, e mais polêmico, do século XX: os Tribunais Militares de Nuremberg.
Instituídos no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com o propósito de julgar os crimes de guerra cometidos por indivíduos em posições de liderança na Alemanha Nazista, os tribunais serviram para expor ao mundo a extensão da barbárie nacional-socialista, especialmente o Holocausto.
Os julgamentos principais ocorreram entre 1945 e 1946, em tribunais compostos por juristas dos quatros poderes aliados principais (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética), e julgaram a cúpula da liderança nazista.
O filme desta semana, Julgamento em Nuremberg (1961), reconstituí o chamado Julgamento dos Juízes, entre março e dezembro de 1947 (1948 no filme). Os réus foram juízes que estiveram em atividade durante o governo nazista, acusados de colaborar, através de sua atuação legal, com as políticas de segregação, eugenia e extermínio do III Reich. A essa altura, com os principais líderes nazistas presos, mortos ou desaparecidos, muitos já questionavam a necessidade dos julgamentos, que ocupavam em processar funcionários menores da máquina estatal nazista, como os quatro juízes. Além disso, a Guerra Fria já havia se iniciado, e havia o interesse norte-americano em ter a Alemanha como aliada contra a União Soviética.
Baseado em roteiro de Alby Mann, e dirigido por Stanley Krammer, Julgamento em Nuremberg foi um filme impactante, não só pela força de seu roteiro e das atuações brilhantes dos atores principais. Ele não apenas foi um dos primeiros filmes a tratar do tema do Holocausto, como fez uso das filmagens dos campos de concentração quando da liberação pelos aliados. Um dos temas centrais do filme é a extensão da responsabilidade individual em crimes cometidos pelo Estado. O personagem principal, o juiz encarregado do caso, Dan Haywood (Spencer Tracy), passa o filme tentando entender como os juízes acusados, e por extensão o povo alemão, pode fechar os olhos para os crimes do regime nazista. Ao mesmo tempo, no tribunal, temos o duelo entre os advogados de acusação, Tad Lawson (Richard Widmark) e de defesa, Hans Rolfe (Maximilian Schell). Não é a toa o filme foi nomeado para onze prêmios Oscar, dos quais ganhou dois: Roteiro Adaptado (Abby Mann) e Melhor Ator (Maximilian Schell).
Não perca, nesta sexta-feira, dia 09/11, o filme Julgamento em Nuremberg, no Cinema na Academia.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 12 ANOS
Ficha Técnica
Duração: 179 Min.
Origem: Estados Unidos
Direção: Stanley Kramer
Roteiro: Abby Mann
Ano: 1961
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